12 maio, 2015

às vezes entro em piloto automático e, manualmente executo as mensagens que são transmitidas ao meu aparelho cerebral. enquanto o tempo passa, eu passo com ele, uns dias melhores do que outros. perturba-me o facto de os passar, maioritariamente, sozinha. mas, as máquinas foram concebidas afim de serem singulares e independentes. porém, são manufaturadas na mesma fábrica, sob a mesma supervisão, com os mesmos objetivos delineados. 
são deveras as vezes nas quais me comparam com uma máquina, apesar de não o ser, começo a sentir-me como tal. afinal, não seria tudo mais fácil? a máquina não idealiza o que irá acontecer ou o que quer que aconteça, limita-se a fazer acontecer. 
não me igualo ou equiparo a nada neste mundo, nem o faria noutro qualquer. 
existe em mim um aparelho que turbina o meu cérebro com choques. não desgosto, relembra-me que estou viva. descargas momentâneas, que me fazem viajar no tempo, mesmo aquando este não existe, mesmo quando estou a dormir e me esqueço de sonhar; reaviva-me a memória, traz de volta o passado e volta a não o querer deixar voltar. 
o facto de não ser uma engenhoca, não poder ser configurada, nem vir com um livro de instruções torna tudo tão mais moroso, mas tão mais autêntico. 
não posso ser nada mais do que aquilo que sou ou aspiro ser, apesar de pensar que sou um pouco menos que todos os outros. 
tenta ser gentil ao destruir-me porque sou frágil e as minhas mãos tremem sem saber porquê, os meus olhos vêem que o sol e a lua nunca se encontrarão e o meu coração bate sem que me aperceba que está lá.    
não mostres o que não sentes, ou sintas o que não mostras. 
lembra-te que não é hoje, mas podia ser. de facto, podia ser quando quisesses. podes atar-te a um balão e tentar voar; não significa que resulta, mas podes sempre tentar.  

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