21 maio, 2015

tento não pensar, fechar os olhos e dormir. todavia, todos os dias, fecho os olhos e penso; mesmo quando durmo, sonho acordada, mesmo quando desperto, fico tensa... paro e penso. que estranho que é não conseguir parar. que ousadia da mente, desafia-me não me obedecendo, mesmo sabendo que de mim é submissa. 
tento ser cega e não ver, mas no entretanto, não consigo impedir-me de ouvir. o barulho corre atrás de mim e não consigo fugir dele. está aqui, está ali, está acolá, dentro da minha cabeça, em todo o lado.
tento não pensar, mas não consigo. é tão difícil como largar maus hábitos, deixar o tempo parado no sítio e não sentir saudade. 
pobre de ti que não sintas saudade ou que consigas parar. 
eu não consigo e, francamente, imagino como seria se conseguisse. seria então mais um pó na imensa poeira do imenso universo. podem-me tirar tudo, porém, jamais me farão parar. 
caras tristes, mentes vagas. vejo para além desses sorrisos forçados, desses sonhos que te foram intuídos mas não são teus. vejo que, por vezes, desejas parar, por um só segundo; para que possas respirar e não pensar, por um só segundo; para que possas parar e... para que possas apenas parar. 
infelizmente, o tempo não pára. e se por sinal tu parares, não voltarás. ficarás parada. 
podes olhar e tentar ver, podes ouvir e tentar perceber, mas deixarás de pensar e nem sequer irás pensar acerca disso. 
pobre de ti se desejas algo mais para além disto. não tens asas, segura-te ao tempo e voa com ele. e lembra-te: tudo o que vem, vai; mas nem tudo o que vai, volta. 

Sem comentários:

Enviar um comentário