04 abril, 2015

já não te vejo. 
é-me inacessível alcançar-te; sendo que é já difícil poder tocar-te, tornou-se quase impossível poder mirar-te. 
o imenso azul que nos separa prevalece e parece que a cada dia que passa, a chuva e as lágrimas dos meus olhos nos afastam mais e um pouco mais ainda. 
não sei como parar... talvez não queira. é terrível deixar para trás velhos hábitos. é como quando temos o nosso primeiro amigo, o predileto, no jardim de infância e corremos sempre atrás dele e preocupamo-nos em ser também o seu amigo preferido; damos as mãos e cantamos juntos... miúdos!
sinto a tua falta, estás longe demais e torna-se difícil para mim dormir e descansar. tenho apenas dormido, fechado os olhos, tentado não pensar; mas estás constantemente a vaguear por entre sonhos e desejos, que já não sei mais distingui-los da realidade. 
muitas vezes sento-me e fixo atentamente o que quer que esteja em meu redor e espero... espero que alguma coisa aconteça e mude o destino, gire o mundo ao contrário até que todos fiquemos tontos, ou até mesmo que tu chegues, vindo de lado nenhum, e me sussurres no ouvido que estás aqui e não vais embora nunca. 
miúdos! tamanha imaginação! 
guardo no bolso das calças o bilhete de despedida que me deixaste, já todo amarrotado; gosto de sentir o seu cheiro, relembra-me do quão agradável eram os teus abraços quando ainda cá estavas (se é que alguma vez foste embora). tento controlar o tempo e dividi-lo porque pensar em ti é cansativo e ultimamente tenho andado exausta. 
brincadeira de miúdos! 
o mundo lá fora chama-me mas recuso-me a aceitar as propostas que o horizonte me propõe enquanto não estivermos aqui, os dois juntos, sentados, mirando o sol e a lua e o oceano e chorando a rir, porque sempre me fizeste rir...
a minha vida é a tua, e jamais me despedirei de ti dizendo adeus.

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