não é bem como começa, mas sim o processo que leva até acabar.
as portas fecharam, encurralando-te e dificultando-te a respiração; tentas combatê-lo.
tens medo. apodera-se de ti.
não há forma de parar; é tão rápido que te dispersa violentamente em um lugar qualquer. perdido, esquecido, espezinhado.
ouves um frenesim de ideias na tua cabeça: rodeada de dor, solidão, estranhas tamanha mancha de escuridão, que, sem saber o motivo da sua presença, te impede de ver a luz. cega-te com tudo menos a realidade.
arrasta-te, devagar, devagarinho; para que sintas cada picada, rasgo da pele, aperto do coração ao longo do caminho. para que sintas algo. alguma coisa. para que nunca deixes de sentir; mesmo que seja necessário o derrame de uma lágrima, uma gota vermelha do teu ser.
magoaram-te e o sentimento de culpa permaneceu.
sentes necessidade de te magoar, bater o pé, gritar.
de tantas vezes cair e de tantas vezes se erguer, sujeitando-se à desilusão de não avançar e progredir, desistes.
procuras fugir, mas nem te podes esconder.
inevitável será pensar porquê. porquê tu ou porquê isto. mas, afinal, porque não?
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