20 novembro, 2016

são 3:36 da matina, a minha ansiedade acordou-me, os erros de ontem à noite pesam agora na minha consciência e as vozes na minha cabeça não param de falar sobre isso.

gostava de não ser assim, de ser diferente e pouco assim, um pouco mais como tu e um pouco menos como eu. 

aparentemente, não podemos escolher. há uma tempestade lá fora, ao mesmo tempo dentro de mim e eu permaneço, sem escolha e deixo que aconteça e ouço-a destruir-me, ao mesmo que me embala. engano-me ao pensar que me fará adormecer, desperta-me um pouco mais. assusta-me ainda mais. eu não tenho medo de trovões, mas tenho medo de amanhã não acordar e de não te poder ver. 

passo a maior parte do meu tempo a desejar não existir e quando existo, de verdade, nunca é por muito tempo.

uma vez mais, e uma vez mais fecho os olhos, mas o mundo lá fora bate na minha janela e chama por mim. eu fecho os olhos, mas o mundo lá fora faz demasiado barulho e não me deixa dormir. 

às vezes, penso que tenho muito em que pensar; outras nem tanto. penso no que queria ser se não fosse o quer que seja que eu sou e onde queria estar se não estivesse perdida aqui e ali e ali e aqui. penso que pensar não me leva a lado algum. 

desculpa por ser mais um artista perdido nas ruas da minha cidade. 

gosto de viver na rua. não gosto de sobreviver na rua. gosto de ouvir as suas histórias, e escrever as minhas. 

são 3:49 e está tudo escuro, o céu, o meu quarto e até a minha alma; se é que tenho uma, se é que ainda não ma roubaram. 

ainda é cedo. ou será já tarde demais? 

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