02 abril, 2016

gostava de ter controlo, sobre mim e sobre a vida e sobre aquilo me enche e me esvazia e me rebenta e, gostava de ter controlo sobre o sono e os sonhos e distinguir um pesadelo de uma dura realidade. gostava de poder sair mais, ver a noite ao fim do dia e o sol ao fim da noite, deitar-me na rua e mirar mil estrelas e compará-las ao teu sorriso porque duvido que reluzam mais ainda do que o teu; ou do que o meu quando me fazes feliz. e, todos os dias, gostava de passá-los a adorar-te. contemplar os traços do teu rosto, sentir as veias nas tuas mãos, encostar o meu ouvido no teu peito e escutar os teus batimentos cardíacos. aperceber-me de que estás vivo, é algo que me satisfaz. gostava de te levar aonde só os astros voam, aonde o nada não é preto nem é branco, aonde tudo é o que deveria ser e nada é o que não seria se tudo fosse o que deveria ser e, tu és meu e tudo está como deve ser. gostava de poder esconder-me debaixo do tapete à espera do soar do alarme e mesmo assim não acordar. a lua tem duas faces e eu também. gostava de te conhecer por inteiro e nunca deixar a meio o imenso gostar com que gosto de ti.

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