22 setembro, 2015

não quero ser mais uma folha caída na berma, pela qual todos passam e nunca ninguém repara. basta deste longo outono, que apesar de me reconfortar com a ideia de que um ano voou pela janela (outro ano que não chegou porque não estava aqui), tanto me faz desejar que acabe. as cores cansam, os poemas são demasiado curtos, a vida demasiado confusa e a música não toca. não estou surda... ouço o burburinho da terra que levanta com o vento, acerta nos olhos dos demais e cega; essa poeira flutuante que só pára quando quer. quem me dera poder ser inverno e verão, ao mesmo tempo. o gelo queima, o fogo arde e todas as feridas saram. não adormeças já porque o outono há de acabar e que pena seria se tu lá não estivesses para te despedir.

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