07 fevereiro, 2017

estou sentada a olhar para nada e a ver as horas passar, mas passam tão devagar. o meu despertador não tocou e esqueci-me de acordar.
sou uma pessoa particularmente igual a todas as outras; comum, manchada e intipicamente consertada.
às vezes, sinto que estou a morrer. mas estamos todos, certo?
evito estar sozinha. estar rodeada por pessoas é reconfortante, exceto quando estas me olham fixamente e/ou me tentam extrair a alma, coisas que considero desnecessárias e/ou inapropriadas.
sofro de complexos, inseguranças, ansiedade, mau feitio e alucinações; todas elas diagonosticadas por mim própria. demasiado tempo livre.
e, só agora me apercebi do quão arrogante me tornei ou finjo ser, cada vez que escrevo, porque, na verdade, não tenho nada mais que falar para além de mim e daquilo que suscita dentro de mim, ou de quanto desprezo certos alguéns, ou do que vejo pela janela e do que não vejo mas gostava de ver. nada mais do que prosa batida sobre a minha vida ou o que resta dela.
oh, coitada de mim! sou uma melodramática.
estou certa de que tudo é incerto, incluíndo eu; principalmente eu.
a melancolia embala-me à noite e aconchega-me quando tenho sonhos maus (pesadelos) ou dificuldade em adormecer, o que é raríssimo.
deitada de barriga para o céu, vejo as estrelas no teto do meu quarto, e, estranhamente, mais ninguém as vê. por vezes, as inquietudes na quietude da noite incomodam-me, porém, a mais ninguém. acreditem, eu já lhes perguntei.
sentada no meio do nada à espera da minha viagem à lua (ou a outro lado qualquer). levem-me à lua! prometo não a abalar.
não entendo esta fila de espera. porquê a demora?
não entendo, embora tente, todos os pensamentos que me passam pela cabeça, a maioria deles inútil e irracional. tenho esforçar-me por ser racional e ver aquilo que eles dizem e fazer aquilo que eles ouvem e ouvir aquilo que eles fazem. ou será que é ao contrário?
esqueçam.
sentei-me à janela a observar a lua enquanto ela observava tudo menos a mim, e eu pensava em tudo menos nela.
não esqueçam. 

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