16 maio, 2016

a carência torna-nos vulneráveis e eu estou um caco.
embrulho-me na tua camisola, consigo quase sentir o teu cheiro que já desvaneceu, consigo quase sentir os teus braços sobre mim, mas não estás e eu perco a vontade de estar ou de ficar ou de fazer qualquer coisa.
a minha cabeça é um vulcão em erupção, que explode e turbilha e ferve, pulveriza, não aguenta.
deito-me e sou arrastada para debaixo da cama. deixo-me levar, enganada ao pensar que nos iremos encontrar algures no escuro da noite ou no meu sono. mas raramente estás, já não te vejo e tal faz-me chorar.
é difícil não estar ou amar alguém para além do mar.
perdi a conta aos cigarros que fumei na esperança de tranquilizar o coração. as cinzas são tantas que me enchem a mão, porém não queimam, ou eu já não sinto.
tudo o que eu sinto não queria sentir porque a única coisa que eu quero sentir és tu.
então espero porque o tempo trarar-te-á para junto de mim e os dois estaremos, finalmente, e assim permaneceremos; até que o mundo desabe em cima de nós. 

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