14 outubro, 2015

nem sempre acreditamos que o impossível é possível até que alguém nos prove que assim é, de facto atrevo-me a dizer que somos mentes ruins e não crentes e muitas vezes cegos demais para ver o que o mundo propositadamente coloca na nossa frente. 
somos animais, um pouco mais inteligentes, mas não passamos de um monte de carne e ossos e sentimentos oprimidos. não estamos habituados a perder, seja o que quer que for, lidamos muito mal com isso, principalmente quando perdemos a cabeça. irritamo-nos facilmente, a revolta cresce dentro de nós, ao mesmo tempo que as nossas ideias se formam e os nossos erros e inseguranças são guardadas em segredo, mas não por muito tempo... só até explodirmos e vomitarmos palavras que juntas não fazem sentido algum mas que isoladas não teriam tamanha força ou coragem de se assumirem por aquilo que são.
pensamos demais, em tudo o que fazemos ou não fazemos, tentamos prever o futuro e adivinhar o passado, esquecendo-nos de que existimos e um dia iremos desaparecer. talvez apenas estejamos a ignorar o facto de sermos meras peças de xadrez num enorme tabuleiro. estamos tão certos de que controlamos o jogo que nunca paramos para pensar se é este que nos controla a nós.
disparatamos barbaridades, cometemos loucuras e raramente nos arrependemos. vivemos lemas de vida que jamais seriam aprovados pelos deuses e sábios e antepassados. 
somos ridículos, principalmente quando nos ridicularizamos uns aos outros. como se não bastasse, ainda temos de lidar com ilusões que sabem a amor e a saudade e provocam um grande aperto no coração. 
cavalgamos sobre águas amargas nas quais pais já choraram ao verem os seus filhos serem levados pelo vento e pela maré e ao percorrermos sonhos e almas desfeitas pela vida, fechamos os olhos. recusamo-nos a ver mais porque aquilo que vemos é desprezível e causa-nos insónias.
gritamos silenciosamente em fé de que alguém, algures, nos descobrirá e virá por fim resgatar aquilo que de bom resta em mim.

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