14 outubro, 2015

as pessoas são loucas... caminham na estrada em vez de seguirem pelo passeio. eu sou um bocado como elas, metaforicamente falando. 
não andam atrás de algo ou de alguém, apenas se sentam na esperança de que algo ou alguém venha e os mude, e os torne melhores... ou apenas diferentes. estão fartos de serem quem são, pois já não são exatamente quem outrora foram nem nunca serão iguais àquilo que um dia sonharam ser.
não me tentes perceber, sou um enigma.
mas escuta: vamos os dois sentados, lado a lado, e o único som emitido neste autocarro é o som de um ventoinha que tenta expulsar alguns dos demônios que nos atormentam. 
somos fortes, fortes demais para nos deixarmos ser fracos ao ponto de abrir a boca para falar. 
nunca me tinha apercebido de todas as parecenças entre mim e os autocarros... tão depressa este enche com caras, gritos, suspiros e sussurros no ouvido, como num ápice fica vazio e nada para além do motor e da ventoinha, e das voltas que este dá, transparecem e deixam-se escutar.
portas abrem e fecham a cada 50, 100, 200 metros. esta viagem parece não ter fim. 
para onde vou? eu não sei, não me perguntem a mim.
talvez seja só mais uma louca perdida no mundo...

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