26 março, 2014

É incrível ver o teu progresso. O quanto insististe e persististe. O longo percurso que, embora nem a meio tenha ainda chegado, é já de louvar. E pergunto-me se seria capaz de fazer o mesmo. Igualar os teus ditos e feitos; encontrar motivação debaixo do tapete, para onde apenas o pó é varrido. Surpreendeste-me e muito provavelmente ninguém esperava algo semelhante vindo de ti. Provas-te ser diferente e não seguiste regras inúteis que te davam e te restringiam de ser alguém que não és, mas que tens capacidade para ser.
Ontem estava nevoeiro, com larga probabilidade de fracos aguaceiros; hoje, porém, está um dia lindo e radioso, o sol brilha, o céu está limpo. Quero com isto dizer que, um dia mau não traz outro dia mau; pelo contrário, pode até trazer um dia bem melhor.
O facto de seres capaz de ver para além de todas as nuvens que te cegam, e de toda a escuridão que te envolve e te sufoca, é tremendamente corajoso.
Sei que passas-te pelo inferno para chegares onde chegas-te, mas sinceramente, escondes bem as marcas deixadas no teu corpo; embora seja um pouquinho mais difícil esconder as marcas deixadas no teu coração.
O importante desta história, não é o quanto sofres-te; mas o quanto aprendes-te ao longo de todo este processo. Cresce-te e isso nota-se. Mudas-te, mas para melhor. Deixas-te de corresponder às expectativas que tinham de ti e para ti, e pela primeira vez em muito tempo, fizeste aquilo que quiseste. Deste uma volta de 180 graus, e acabas-te por chocar muitas mentes fechadas, mas escolhes-te seguir pela esquerda quando todos te apontavam para a direita. A direita era a saída, a esquerda era a viagem.
E qual é o ponto da vida, qual é o livro que menciona ou o cientista que pode provar que a vida se baseia numa corrida em que o único objetivo é acabar e ganhar, ou pelo menos finalizar aquilo que começamos? Trata-se não só disso, como também de olhar em redor e apreciar cada paisagem. Cada folha caída sobre o chão numa manhã de outono, observar a leveza das árvores aquando se balanceiam num dia ventoso. Os pássaros que esvoaçam sobre a tua cabeça. Não ignoras as pequenas coisas, porque fazem realmente a diferença.
O importante na vida é seguir o coração e ouvir o que o mundo tem para nos contar. Tantos segredos guardados, tantas histórias nunca antes celebradas. É certo que o teu objetivo é passar aquela linha, lá bem no fundo da tua jornada, e ter consciência de que fizeste tudo aquilo que podias e que não podias, para que não te arrependas de nada.
Fico feliz por teres conseguido, mas fico um pouco triste comigo mesma. Não me imagino a fazer o que fizeste, embora o queira tão imensamente.
Existem coisas distintas que nos separam e outras semelhantes que nos aproximam. Neste caso, ambas sonhamos alto, bem alto; como se nos prendessem a um balão, e mesmo sem ar dentro dele, o fizéssemos voar, apenas com a nossa imaginação, ou talvez, com a nossa grande força de querer. Agora, tu conquistas, enquanto eu destruo. Não sirvo para uma vida séria, prefiro ficar-me por uma vida não tão real, aos olhos dos outros, mas que significa mais para mim do que possam imaginar.
Tu tens olhos de ouro, eu tenho uma visão de ouro. Os teus traços faciais, a tua beleza incondicional, o teu caloroso corpo transmitem harmonia e algum sentido para quem te observa. A minha mão, assim como todos os traços que nela possuo, desenham riscos e rabiscos em forma de palavras, a fim de despertar algum ou qualquer tipo de emoção naqueles que perdem tempo em decifrá-las.
Somos diferentes, mas iguais. Não iguais como desejava que fossemos, mas isso é culpa minha. Anseio a mudança, temendo o inesperado e o desconhecido. Apesar de não me conhecer totalmente, conheço parte de mim.
Não sei por onde começar, muito menos onde acabar. Sei que, mais tarde ou mais cedo, esse dia vai chegar. E se não chegar, é porque terminei aquilo que nem sequer comecei. Dececionante será dizer, que tive tudo e deixei-o por nada. 

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